quinta-feira, 23 de maio de 2013

Portas fechadas

A jornalista Luiza Cabral, de O Diário do Pará, telefona para perguntar sobre um desabafo que publiquei no Facebook. Uma funcionária da Fumbel pedindo parceria com o Grupo Cuíra, na cessão gratuita de seu espaço, recebendo em troca, a inclusão da sua logo no folder da apresentacão de Pássaros Juninos nas manhãs de domingo. Foi isso mesmo. Muitas vezes, repreendi amigos que desejavam botar a boca no trombone contra esses absurdos. Dizia-lhes que além de tudo, são vingativos estes que propõe ou nada propõe. Que devíamos evitar fechar portas. Qual nada. Nada é feito. Nada será feito. As áreas de Cultura continuam sendo o refúgio de amigos, aliados políticos, sem qualquer envolvimento. Específicamente na Fumbel, para Concurso de Quadrilhas Juninas e de quebra, aturar os Pássaros Juninos, o que é um escândalo. Nesses momentos, a vontade é de largar tudo. Bem que o prefeito, em suas primeiras manifestações, avisou logo que a Cultura teria de esperar...
Manter o Teatro Cuíra é algo no limite do impossível, do sacerdócio, coisa que fazemos porque queremos. O Teatro é um cavalo ferido de morte, mas que não vamos deixar que morra.
Cúmulo de tudo é ler a entrevista do Secretário da Cultura à revista da Leal Moreira. Quatro páginas e nada a respeito de Cultura. Fala sobre arquitetura, sua profissão. Acaba de ser homenageado pelo evento CasaCor, como arquiteto. Então, porque ser Secretário da Cultura? E porque remeter à Fundação Tancredo Neves meros trocados, que não lhe permitem nem espasmos? E porque permitir que a Secretaria de Comunicação, com fartas verbas, prossiga com sua quermesse, que nada adianta aos artistas locais?
No resto do mundo, a Cultura, além de já ser a Cultura, transformou-se em formidável geradora de empregos e impostos, contribuindo grandemente para outra indústria sem chaminés, o Turismo. Enquanto isso, aqui, tudo fazemos para nos destruir.
E diretamente à Fumbel, o trabalho do Sesc, em frente à Estação das Docas, lotando a casa diariamente com programações diversas. Lembro que ao Sesc, não pode ser cobrada a criação de mercado de trabalho para os artistas. A Prefeitura, há uns 30 anos está afastada. O último secretário na área foi João de Jesus Paes Loureiro, há muitas luas atrás. Quanto à Secult, tudo já foi dito. Uma pena.

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